quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Vida - idas e vindas...




                                                                                                                                                                                           
Abstenho-me da hora que me apressa
Entrego-me ao aqui para conhecer
Atraso um futuro que não me interessa:
- Vem presente me convalescer!

Do som da chuva,
conto o que escuto à vida:
A trêmula voz da despedida
canta tristeza bonita de viver...

Há satisfação em me pertencer
Em me habitar sem me permanecer
Entre risos e prantos
Desilusões e encantos
Improvisando a própria dança
Maneira particular de percorrer
estradas de inventar a própria distância

Tenho a dúvida necessária
Para que a fé se fortaleça
Amor que me encontre!
Medo que me esqueça...

Planto certezas nas terras do relativo
esses campos de contradições, tão meus....
Aos que perguntam como vivo (?)
Chegando de longe e já partindo
Eu digo: eu vivo é de Adeus!


Porque o tempo gira na roda do mundo.
e a morte e a infância
a Saudade e a esperança...
São sementes guardadas num calor profundo

Entre poentes e nascentes constantes
de recomeço incessante
(Natural se me confundo)
Mas sou grata pela vida renascente
Pulsante no topo da mente
Surreal
A cada segundo...

Em Hastinapura
Eu compreendo Arjuna
Em sua indecisão
Para alcançar a plenitude
Entre vícios e virtudes
Só mesmo a voz do coração....

A paz é a única arma e certeza
O amor, verdadeira glória e nobreza
Vencer a própria involução
A renuncia é a pronúncia
Do amor transformado,
Em jejum da paixão.


Transcorrendo o tempo
fértil em mudanças
bebi da água límpida
das mesma fontes que vós
E vi serem comuns nossas lembranças.
A alma e suas andanças
As partidas e as chegadas
Sombras fúnebres e alvoradas
(Itinerários de lágrimas mansas.)


Vejo datas e letras antigas
Imagens fantasmagóricas
Às vezes entorpecidas...
No cemitério da memória
Atravessando pontes do agora
Passado que se precipita.


Guardo os pergaminhos dos tempos idos
Minhas histórias, os versos lidos.
Alicerces que nos construíram.
Canções, livros e lendas
Velhos amores relembrados
Cartas e mapas de caminhos deixados
Entre sábias palavras que nos remiram...
E percorro as ruínas
E as altas montanhas
As colinas e as praias desertas
Antigas terras, antigas serras...
Sede de todas as direções incertas...

Nas altas capelas
Dizeres de santos e profetas
Cobertos pelo pó, que finge eternidade.
Efêmero como as paixões que subitamente
Nos invadem
Triste sina do coração que fica
É corpo que parte!


(Só o amor permanece)

Um comentário:

RiPoNgA disse...

Uauuu!!! Caramba flor...essa me deu um nó no coração...lindas palavras, profundos sentimentos...os amores passam, o amor é que fica!
beijão no seu coração!