segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A arte de semear...


Nova dimensão...
A renascente canção composta pelo novo ritmo do meu coração
a tudo enaltece e agradece
Minha alma respira com suavidade,
e sorri através do corpo que me veste...
E eu visto meu corpo
com as cores que a vida tece...
Me transformando sutilmente
com as bençãos e influências de tudo que transita na órbita celeste...

Com os pés no chão e girassóis nas mãos
semeio a parte que me cabe
depois ter em mim a vida semeada...
Filha do misterioso firmamento que fecundou a terra-mãe sagrada,
sou também mãe e sou também terra...
Um ciclo que se recicla,
e em si mesmo se encerra:
A criatura co-criando a criação
a criação recriando a criatura...
A matéria e a imatéria...
Maravilhosa existência tão simbólica e pura!

Dou a mim mesma o presente
de ter meus universos harmonizados:
corpo,espírito,mente
como universos-unificados
E planto uma nova semente
depois de ter colhido os frutos do passado
E lanço uma verde esperança
nos ventos de um caminho reiventado...

janeiro, 2012

domingo, 22 de janeiro de 2012

Na-morada das palavras


Amanheceu.Meu sonho desperta. Passa a caminhar acordado pelos cômodos da casa...silenciosamente. Muitas vezes não é preciso palavras para escreviver poemas...
Dou bom dia ao sol. Ponho a fruteira em cima da mesa de madeira. A cortina de chita combina com o cantar do galo e o cheiro de café...
Rego as plantas na varanda, ponho as roupas no varal...Penso nas cores do dia vibrando amor e fé... entre um sorriso, um beijo, uma prosa, um cafuné...
A criança pede colo e é este o verso mais bonito.Tomo um banho morno, escolho um vestido...O violão me convida à uma canção.O menino adormece, calmamente,traz as mãos ao coração... Escolho um livro na estante.Abraço as palavras de alguém.Rabisco um papel...Saúdo o pensamento que vem,saúdo as cores do céu... E quando me atento, já é tempo de organizar os porta-retratos, cadernos, brinquedos, sapatos..Cada coisa em seu lugar. Preparo o alimento...Deus abençõe nosso sustento e a hora de amamentar.As maritacas sonorizam o azul celeste e as folhas verdes das árvores antigas caem quietas no nosso quintal....Cenário doce, natural. É interior e tenho você comigo. Todo dia pode parecer domingo se a gente cantar. O sino da capela toca uma doce melodia.As senhoras vão pra missa, o menino vai brincar. Põe os lírios no altar de casa, que colheu na praça, depois de me ofertar...

Tem sempre voz de criança nas ruas e andorinhas nas janelas...É tudo tão calmo e tão belo,como uma primavera eterna..O sol se põe atrás dos montes que nos circudam neste vale, cheio de lendas e encantos...Cada dia tem seu próprio canto e todo entardecer é uma reza...As rosas e o riso fazem parte da prece, sem nenhuma pressa...

O pai chega, e o colo é imenso...Bendita seja a melhor hora do seu dia!Ele encontra sua menina,flor da sua alegria...e de mãos dadas eles compõem o final da poesia...

(o texto é meu, o título é o nome de um livro do Rubem Alves)
24 de janeiro, de 2011

segunda-feira, 26 de julho de 2010

"Semeando esperança numa gestação..."


A força da semente acalentada pelo meu ventre
já floresce doces sonhos em meu coração....



...
"Porque para alegria da flor, nasceu um novo brotinho"

domingo, 6 de junho de 2010

“Para encontrar o azul eu uso pássaros.As letras fizeram-se para frases.” M. A.



pelas janelinhas dos teus olhos, pequeninos
eu aqui a lhe mostrar as cores do céu...

sol-céu,
sol-seu

pincel

(à meu filho Josué)

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Acácias...à Cássia...




Eu ando pelas tuas ruas sem temer
estas sinalizações libertárias
não vêm me contradizer
Tuas inconformidades com mentes arbitrárias
em artísticas formas de transparecer...
( fazem-me compreender)
...
Eu passeio pelas tuas cores,
reticências e ausências de pontos finais
entre as pétalas das sertanejas flores
teus folclores e carnavais...
E eu transito pela tua fala
nas urgências, e excessos
Quase adivinho o que em ti se cala
que não é sonho, nem protesto
Te encontro e me embala
tua melodia, teus versos
Avessos, inversos
vastos jardins de acácias...
Intensos,impressos...

(como tal breve poema à Cássia...)



para a amiga...





Epitáfio



Aqui jaz
uma semente plantada
mal cuidada,
que morreu sem ter nascido...

Lágrimas ainda molham
a flor imaginada
despetalada,
a qual abandonamos,distraídos.

Enterramos os poemas
e as velhas utopias...
Nascem novas estrelas
e distanciando-nos vão os dias ...


- Oh! rosa do esquecimento
que desabrocha nos meus jardins
incompreensíveis
Serás um dia perfume de saudade
entre os meus versos
 irreconhecíveis...

Porque todo silêncio eu herdei...
mas minha esperança segue pura
grave, profunda, e imatura
mas livre de qualquer sepultura.




Fim

terça-feira, 23 de março de 2010

"A pele treme na felicidade, e a alma sobe feliz até o olho"




"...pois juntos somos capazes de ver
a beleza das almas
ocultas como os diamantes
dentro do relógio do mundo..."
Allen Ginsberg

Caleidoscópicamente abre-se a pétala da minha retina
capaz de absorver
a essência abstrata de tudo que se configura,
se transfigura além das formas do estabelecer...

Olhos celestiais, sedentos de cristalinidade
bebem as chuvas,
 orvalham-me a face
Saciam-se de uma nova liberdade

As ruas da cidade
clamam por transcender
o poder ocular ocultando-se da verdade
o vazio da íris que enxerga e não vê...

Thaíris