segunda-feira, 26 de julho de 2010

"Semeando esperança numa gestação..."


A força da semente acalentada pelo meu ventre
já floresce doces sonhos em meu coração....



...
"Porque para alegria da flor, nasceu um novo brotinho"

domingo, 6 de junho de 2010

“Para encontrar o azul eu uso pássaros.As letras fizeram-se para frases.” M. A.



pelas janelinhas dos teus olhos, pequeninos
eu aqui a lhe mostrar as cores do céu...

sol-céu,
sol-seu

pincel

(à meu filho Josué)

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Acácias...à Cássia...




Eu ando pelas tuas ruas sem temer
estas sinalizações libertárias
não vêm me contradizer
Tuas inconformidades com mentes arbitrárias
em artísticas formas de transparecer...
( fazem-me compreender)
...
Eu passeio pelas tuas cores,
reticências e ausências de pontos finais
entre as pétalas das sertanejas flores
teus folclores e carnavais...
E eu transito pela tua fala
nas urgências, e excessos
Quase adivinho o que em ti se cala
que não é sonho, nem protesto
Te encontro e me embala
tua melodia, teus versos
Avessos, inversos
vastos jardins de acácias...
Intensos,impressos...

(como tal breve poema à Cássia...)



para a amiga...





Epitáfio



Aqui jaz
uma semente plantada
mal cuidada,
que morreu sem ter nascido...

Lágrimas ainda molham
a flor imaginada
despetalada,
a qual abandonamos,distraídos.

Enterramos os poemas
e as velhas utopias...
Nascem novas estrelas
e distanciando-nos vão os dias ...


- Oh! rosa do esquecimento
que desabrocha nos meus jardins
incompreensíveis
Serás um dia perfume de saudade
entre os meus versos
 irreconhecíveis...

Porque todo silêncio eu herdei...
mas minha esperança segue pura
grave, profunda, e imatura
mas livre de qualquer sepultura.




Fim

terça-feira, 23 de março de 2010

"A pele treme na felicidade, e a alma sobe feliz até o olho"




"...pois juntos somos capazes de ver
a beleza das almas
ocultas como os diamantes
dentro do relógio do mundo..."
Allen Ginsberg

Caleidoscópicamente abre-se a pétala da minha retina
capaz de absorver
a essência abstrata de tudo que se configura,
se transfigura além das formas do estabelecer...

Olhos celestiais, sedentos de cristalinidade
bebem as chuvas,
 orvalham-me a face
Saciam-se de uma nova liberdade

As ruas da cidade
clamam por transcender
o poder ocular ocultando-se da verdade
o vazio da íris que enxerga e não vê...

Thaíris

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Soneto de quarta-feira de cinzas




Por seres quem me foste, grave e pura
Em tão doce surpresa conquistada
Por seres uma branca criatura
De uma brancura de manhã raiada

Por seres de uma rara formosura
Malgrado a vida dura e atormentada
Por seres mais que a simples aventura
E menos que a constante namorada

Porque te vi nascer de mim sozinha
Como a noturna flor desabrochada
A uma fala de amor, talvez perjura

Por não te possuir, tendo-te minha
Por só quereres tudo, e eu dar-te nada
Hei de lembrar-te sempre com ternura.

Vinicius de Moraes

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Armazém de ecos e achados...



PROA

"O sonho é meu pastor, nada me faltará.
Que venham as tormentas, que venha o que vier,
tenho o sonho comigo, o sonho é meu pastor.

O mundo da aparência não me engolirá.
Conheço bem suas manhas, meu ofício é interior:
girassol que é girassol tem proa pro amanhecer.

O sonho é meu pastor, nada me faltará.
Com ele eu teço o mundo, reinvento a via-láctea.
Mistérios são bem-vindos, o sonho é meu pastor.

Ou eu busco a verdade ou ela não me achará.
Minha verdade, o sonho, é pomar e é brasão.
Seu universo, os versos, fio do sim e do não.

O sonho é meu pastor, nada me faltará.
Encontro nele a luz, meu alimento e cor.
Que escorra a ampulheta, o sonho é meu pastor."

 



Edival Perrini

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Vida - idas e vindas...




                                                                                                                                                                                           
Abstenho-me da hora que me apressa
Entrego-me ao aqui para conhecer
Atraso um futuro que não me interessa:
- Vem presente me convalescer!

Do som da chuva,
conto o que escuto à vida:
A trêmula voz da despedida
canta tristeza bonita de viver...

Há satisfação em me pertencer
Em me habitar sem me permanecer
Entre risos e prantos
Desilusões e encantos
Improvisando a própria dança
Maneira particular de percorrer
estradas de inventar a própria distância

Tenho a dúvida necessária
Para que a fé se fortaleça
Amor que me encontre!
Medo que me esqueça...

Planto certezas nas terras do relativo
esses campos de contradições, tão meus....
Aos que perguntam como vivo (?)
Chegando de longe e já partindo
Eu digo: eu vivo é de Adeus!


Porque o tempo gira na roda do mundo.
e a morte e a infância
a Saudade e a esperança...
São sementes guardadas num calor profundo

Entre poentes e nascentes constantes
de recomeço incessante
(Natural se me confundo)
Mas sou grata pela vida renascente
Pulsante no topo da mente
Surreal
A cada segundo...

Em Hastinapura
Eu compreendo Arjuna
Em sua indecisão
Para alcançar a plenitude
Entre vícios e virtudes
Só mesmo a voz do coração....

A paz é a única arma e certeza
O amor, verdadeira glória e nobreza
Vencer a própria involução
A renuncia é a pronúncia
Do amor transformado,
Em jejum da paixão.


Transcorrendo o tempo
fértil em mudanças
bebi da água límpida
das mesma fontes que vós
E vi serem comuns nossas lembranças.
A alma e suas andanças
As partidas e as chegadas
Sombras fúnebres e alvoradas
(Itinerários de lágrimas mansas.)


Vejo datas e letras antigas
Imagens fantasmagóricas
Às vezes entorpecidas...
No cemitério da memória
Atravessando pontes do agora
Passado que se precipita.


Guardo os pergaminhos dos tempos idos
Minhas histórias, os versos lidos.
Alicerces que nos construíram.
Canções, livros e lendas
Velhos amores relembrados
Cartas e mapas de caminhos deixados
Entre sábias palavras que nos remiram...
E percorro as ruínas
E as altas montanhas
As colinas e as praias desertas
Antigas terras, antigas serras...
Sede de todas as direções incertas...

Nas altas capelas
Dizeres de santos e profetas
Cobertos pelo pó, que finge eternidade.
Efêmero como as paixões que subitamente
Nos invadem
Triste sina do coração que fica
É corpo que parte!


(Só o amor permanece)

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O bem me quer, o mar me quer...


Quem me olha da beira jamais saberá de minha profundidade.
Sequer pode enxergar toda a superfície.
Todo julgamento é raso.
Eu nasci no fundo do mar.
Minha alma vai alcançando a calmaria ,
a calma de Maria que me faz marear...
Mar e ar...Aprendo a respirar.
O perdão é o alento que nos livra do sufoco de odiar...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Salve Rainha das Águas!!!Odoyá


Iemanjá é nossa Mãe. Assim cantam e afirmam todos os filhos de fé. Rainha do mar, no grande manancial de suas águas salgadas se revela todo o mistério do coração da Mãe Divina. Ela é Mãe de Piedade.
No livro dos mistérios dos Orixás está escrito que, no tempo da preparação do Mundo Terra para receber a humanidade na missão da purificação, Iemanjá veio ao mundo com a missão de ser pura, pois trouxe a transparência das águas que revela a claridade da luz. Porém, em meio às impurezas do mundo, ela se tornou impura também. Assim, quando retornou ao Pai da Criação para apresentar o resultado de sua experiência no Mundo Terra, pediu lhe que lhe desse o poder de purificar toda impureza. Então Ele lhe deu o Sal.Assim se firmou o fundamento dela, que está realizado no sal que representa a piedade no coração da Mãe Divina.
Mamãe Iemanjá, mãe de todas as águas representa a possibilidade de toda purificação. Toda água que corre no mundo se destina a chegar no mar. Toda lavação da impureza será entregue à força do sal purificador da Rainha.
Ela transforma com o mistério do sal e devolve À luz de Pai Oxalá, através do reflexo do brilho do sol em suas águas.
Por isso é que os filhos de fé consagram a maior beleza do mundo como o encontro do céu com o mar, no brilho do sol de Oxalá, pois esta manifestação da natureza representa o altar máximo do poder luminoso dos Orixás, que esparjem suas bençãos sobre as coroas dos filhos da Terra.

(texto de Maria Alice Campos Freire)


sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

À todas as minhas amigas...


Infinitas graças eu dou a cada amanhecer, quando o sol da boa lembrança desenha o semblante das belas fadas da aurora nas páginas do meu dia...São elas, cada uma delas, o brilho indelével da minha história, personagens inesquecíveis do livro da minha vida.
Amigas,filhas, mães, irmãs, poetas,dançarinas,parteiras,artesãs,cirandeiras, batuqueiras, mensageiras,viajantes,jardineiras,guerreiras,rezadeiras, caminhantes...Todas,
férteis sementes de um novo amanhã...
Companhias leves que encontrei em minhas andanças, e por um espaço sagrado de tempo nossos pensamentos e sonhos dançaram juntos e se eternizaram no que sou e somei...acrescentando gestos e
melodias, dividindo silêncios, canções e alegrias...
Pois na doçura da amizade há sempre o riso e o partilhar dos prazeres, já que no orvalho das pequenas coisas, o coração encontra sua manhã e se sente refrescado...
A mesma força feminina sagrada, luminosa e infinita nos habita por isso nos compreendemos...
Somos todas Rainhas do reinado de nós mesmas, entre flores e espinhos de nosso ser, lapidando com atitudes que sempre querem ser sábias o cristal da nossa alma Crística, zelando por transformar nossos corações num tesouro de virtudes...Místicas...Viemos ligadas de muitas eras, trazemos em nossas almas a força das primaveras, e enquanto formos solos férteis de amor e humildade, semearemos umas nas outras a harmoniosa semente da unidade...E assim, enquanto nossos corações estiverem abertos, e nossos pensamentos atentos como grande receptáculos de mensagens divinas que se manifestam em tudo, em todos, e em todos os lugares seguiremos fazendo dessa luz e mistério a essência de nossa amizade, porque esta, 'não deve ter outra finalidade que não o amadurecimento do espírito...'




quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim...





Casa branca em frente ao mar enorme,
Com o teu jardim de areia e flores marinhas
E o teu silêncio intacto em quem dorme
O milagre das coisas que eram minhas.

Mar,
Metade da minha alma é feita de maresia.

Há muito que deixei aquela praia
De grandes areais e grandes vagas
Mas sou eu ainda quem na brisa respira
E é por mim que espera cintilando a maré vasa
...
Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto do mar


trechos de Sophya de Mello Breyner Andrensen (magnífica)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Prece Celta




                                                                                                                                                                        
Que jamais, em tempo algum, o teu coração acalante ódio.

Que o canto da maturidade jamais asfixie a tua criança interior.
Que o teu sorriso seja sempre verdadeiro.
Que as perdas do teu caminho sejam sempre encaradas como lições de vida.
Que a música seja tua companheira de momentos secretos contigo mesmo.
Que os teus momentos de amor contenham a magia de tua alma eterna em cada beijo.
Que os teus olhos sejam dois sóis olhando a luz da vida em cada amanhecer.
Que cada dia seja um novo recomeço, onde tua alma dance na luz.
Que em cada passo teu fiquem marcas luminosas de tua passagem em cada coração.
Que em cada amigo o teu coração faça festa, que celebre o canto da amizade profunda que liga as almas afins.
Que em teus momentos de solidão e cansaço, esteja sempre presente em teu coração a lembrança de que tudo passa e se transforma, quando a alma é grande e generosa.
Que o teu coração voe contente nas asas da espiritualidade consciente, para que tu percebas a ternura invisível, tocando o centro do teu ser
eterno.
Que um suave acalanto te acompanhe, na terra ou no espaço, e por onde quer que o imanente invisível leve o teu viver.
Que o teu coração sinta a presença secreta do inefável!
Que os teus pensamentos e os teus amores, o teu viver e a tua passagem pela vida, sejam sempre abençoados por aquele amor que ama sem nome.
Aquele amor que não se explica, só se sente.
Que esse amor seja o teu acalanto secreto, viajando eternamente no centro do teu ser.
Que este amor transforme os teus dramas em luz, a tua tristeza em celebração e os teus passos cansados em alegres passos de dança renovadora.
Que jamais, em tempo algum, tu esqueças da Presença que está em ti e em todos os seres.
Que o teu viver seja pleno de Paz e Luz!



terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Poema de um amor divinizante

 

Dá-me a tua mão, estrela reluzente do azul dos meus devaneios noturnos...
Vem comigo por um caminho misterioso e belo, tingido pelas cores silenciosas da noite...
andaremos entre incensos e pétalas de flores,ervas, arvoredos e instrumentos sem nome...
porque a chuva já passou e a lua minguante navega nesse céu profundo...
Vem comigo! Admiremos a face do mundo...
Contemplemos em paz o que nos restou dos sábios temporais : essa cantiga de gotas tranquilas, escorrendo pelas folhas, e nos lembrando o que significam...
O vento levou tudo para outro lugar.
E nós permanecemos aqui...
O meu coração em frente ao teu e os meus olhos como janelas dos teus sonhos...
Teu afeto me tranquiliza, e nas profundezas dos meus mares de emoções é porto seguro...
Outrora eu chorava perdida, tive medo do escuro...
E tu deitaste-me no teu colo, doce refúgio pros meus passos cansados, e acalmaste o descompasso do meu coração...
Agora beija meus olhos com ternura,
eu ouvirei atenta a expressão da tua fé em tua oração, e adormecerei em teus braços livre de qualquer sombra de aflição...
Amanhã será um novo dia,
bem mais feliz...
porque eu lhe acordarei com uma canção de amor que um anjo guadião soprará em meu sono ...
Você irá sorrir e nesse sorriso haverá um novo horizonte pro meu destino..Sem desatinos...
Teus lábios descobrirão poemas que eu ainda não disse nos meus, lentamente...e tu me compreenderás, deste jeito assim, como eu sou...
E nós compartilharemos a aurora da vida, contemplando os madrigais de sabiás e bem-te-vis nos quintais, entre os colibris...
E eu agradecerei pelo som das tuas palavras amiga, presente sempre quando eu preciso...
pois eu conheço a tua voz misturada a voz do vento, a voz das cachoeiras,a voz do tempo, e entre tantas vozes no meu pensamento....meu espírito pressupõe que eu já conhecia.
Assim, harmonizaremos qualquer distonação porque é somente paro os tambores do teu coração...e somente para a  melodia suave que os mensageiros celestes tocam em sua alma a minha eterna e divina dança de entrega, amor, e calma...
Um sorriso de criança entre borboletas de todas as cores, e a suave fragância do perfume das flores que estão em meus cabelos eu lhe oferto, com devoção...
Que a gente prossiga, nesse passo,sem embaraço, encontrando o nosso próprio ritmo,o nosso próprio espaço, as notas mais belas pra nossa canção,  as rimas corretas e espontâneas para nossa poesia cotidiana, com zelo, paciência, confiança e perseverança, tornando possível um sucesso bendito de um amor tão livre e bonito que brotou em nosso coração...


"Pois somos um, embora dois.
Assim como a flor e o perfume são, em essência, eles mesmos, a mesma coisa.
Numa única essência cristalina nos fundimos e me sinto sem forma, indefinidamente vivendo o Abstrato que traz em si o Substrato...do Imperecível, do Imortal, do Eterno, do Absoluto.
A divindade desse Amor que nos une também é sem forma, tal como Deus.
Assim, me sinto vivendo em Deus, sendo em Deus, amando em Deus.
Eu encontrei você..."
Prof Hermógenes  
 
lhe amo, namoramado e agradeço por tudo!

domingo, 24 de janeiro de 2010

Viajantes







Porque eu sou uma estrada solitária de destino incerto,
caminho aberto de distância desconhecida,
 isso não significa
que teus pensamentos não percorrem as ruas dos meus sonhos
que teus versos não são escritos nas linhas dos meus horizontes
nem que a luz do teu sorriso não fascine o espelho dos meus olhos
Não.
Cada raio de lembrança é uma semente de eternidade
Distância ta longe de ser só saudade,
reluz o brilho de uma nova oportunidade de perceber
que o tempo nos leva para veredas tantas,
e "Coração é terra que ninguém vê"
Cântico tranquilo que poucos ouvem
mas morada sagrada do teu nobre ser...
Memórias são casas edificadas ao longo do caminho
que as vezes visito para não me perder
                                        Pois sou o que me fiz e me faço cada vez mais o que sinto,
transformo-me no necessário para florescer
as sementes de amor plantadas nessa terra invisível
fértil, simples, forte e sensível
só para não lhe esquecer,
só para não me esquecer...

24/01/10




quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Meditação de um poeta



Sigamos, palavramando pelo mundo
pra lavar as terras secas
onde não choveram poemas...

Sigamos, palavrandando pela vida
palavralcançando novos sentidos
de palavrasser

Palavra indo para todo canto
pra lá voltando para lhe dizer

que palavraencontramos
em tudo que somos

e nos perdemos no silêncio
para palavrencer...

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Sobre o adeus...



Breve canção
na noite
perdida

Oração
para vencer
o medo

Labirinto de flores
no amor
sem-saída

Coração em silêncio
pra encontrar
o segredo

O sal da lágrima
cicatriza
a ferida

A água dos olhos
vai regando
o tempo

Beijo a tristeza
pois é despedida

Sou pétala de jasmin
perfumando o vento.